5° RESENHA.
A REVOLUÇÃO DOS BICHOS.
A releitura deste livro foi ainda mais prazerosa do que a primeira, publicada em 1945, A revolução dos bichos foi imediatamente interpretada como fábula satírica sobre os descaminhos da Revolução Russa, chegando a ser usada como propaganda anticomunista. O livro trás uma duríssima crítica ao totalitarismo soviético; mas seu sentido transcende o contexto stalinista. O livro conta a história que se passa na fazenda do senhor Jones, os animais que viviam ali, percebem o quanto são maltratados por Jones, e que se matam de trabalhar para os humanos, e que lhes dão toda as suas energias em troca de uma mísera ração, para ao final, serem abatidos. Certo dia, um porco já velho, por nome Major, faz um tremendo discurso os incentivando a todos os animais a uma revolução. Major morre pouco depois, e dias depois, liderados por dois porcos, Bola-de-neve e Napoleão, os bichos então se rebelam expulsam o fazendeiro de sua propriedade e passam a viverem em liberdade, em uma espécie de Estado onde todos serão iguais. Porém, essa utopia tão maravilhosa no início, não dura muito tempo, e logo começam a surgir as disputas, os porcos, por se considerarem mais inteligentes, são os novos líderes, criam leis, prometem um novo mundo, mas aos poucos, os demais bichos, não percebem as manobras e manipulações dos porcos, tanto das leis criadas quanto dos assuntos tratados e das regalias que os porcos têm. Tempos depois, Bola-de-neve, que era então o líder, foi expulso da fazenda por Napoleão, que agora, ladeado de seus ferozes protetores cães que criará escondido, se intitula o novo líder. Napoleão distorce sutilmente as leis, faz com que os animais trabalhem mais do que antes da revolução, mas eles estão tão cegos que não percebem nada, e a nova vida, que em tese era para ser de igualdade para todos e melhor, passa a ser pior do que antes. Tentativas de tomar a fazenda acontecem, mas os porcos, hábeis manipuladores das massas, convence os animais em todas as vezes, fazendo deles, o que bem entende para o benefício próprio. O livro é de um brilhantismo descomunal, e serve muito bem para ilustrar a sociedade de hoje, das políticas corrompidas com discursos de igualdade, mas que na verdade, assim como na revolução dos bichos, visão apenas a manipulação para o benefício de seus pares. Recomendo fortemente a leitura desse livro, que a cada dia, parece tão mais atual.
SOBRE O AUTOR.
Geoge Orwell, pseudônimo de Eric Arthur Blair, nasceu em 1903, em Bengala ( Índia ), filho de funcionário britânico e uma francesa. Muda-se para a Inglaterra em 1911, e vai para o internato. De 1917 a 1921, estuda no Eton College, uma das mais tradicionais escolas inglesas, onde tem aulas com o escritor Aldous Huxley. Em 1922, recusa uma bolsa para a Universidade e volta à Índia para trabalhar na polícia Imperial. Retorna à Inglaterra em 1928. Vivendo na pobresa - chegando mesmo à mendicância - , vaga por Londres e Paris até meados de 1930. Em 1933, publica seu primeiro livro, 'Na pior em Paris e Londres'. Socialista, vai para a Espanha, em 1936, lutar na Brigada Internacional em apoio ao recém- eleito governo popular. lutando na Espanha ( 1938 ) narra suas experiências na Gerra Civil Espanhola. Durante a segunda Gerra Mundial, Orewell trabalha como correspondente de guerra para a BBC. Em 1945, pública 'A Revolução dos Bichos', até hoje sua obra mais popular. Outro livro conhecido em todas as línguas é seu romance 1984, ( 1949 ), uma sátira pessimista sobre a ameaça de tirania político no futuro. George Orwell morreu em 1950, na Inglaterra, em consequências de uma tuberculose. Entre outras obras, escreveu também 'Dias na Birmânia' ( 1934), 'O caminho de Wigan' ( 1937) e Por que Escrevo ( 1946 ).
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