6° RESENHA DE 2019.
Desde a mais tenra infância, Balzac já sentia que existia um universo inteiro dentro de si a ser revelado ao mundo. Embora, naquela época, poucos soubessem, o escritor já projetava em seu íntimo algo monumental.
Anos mais tarde essa grande obra seria manifestada na 'comédia humana', obra de grande envergadura que conteria vários romances conversando entre si. O talento e a capacidade de criar personagens e histórias, reciclando os personagens mais queridos e fazendo-os caminhar entre uma história e outra foi o grande feito desse mestre da literatura.
Balzac com sua capacidade insuportável, jovem cheio de planos e energia, monopoliza as atenções. Mais feio que bonito, com tendência a obesidade, veste-se ora em desalinho, ora com espalhafatoso dantismo. Tem o nariz disforme, rosto redondo, cabelos longos e estranhos "olhos de ouro". Falava muito e sempre de si próprio, dos livros que fizera e dos que planejava, das noites que passava em claro, tomando café incessantemente para se manter acordado e redigir, o fez o gênio que conhecemos. Foi em 1831 que Balzac começa a escrever a mulher de trinta anos. O romance, na visão de outros leitores, tornou-se uma leitura de difícil entendimento, até fragmentada. A narrativa de Balzac parece não fazer sentido com relação ao título em si, uma vez que somente em um capítulo ele fala dos trinta anos de Júlia, a protagonista do livro, no entanto, em toda a história vemos um sucessão de acontecimentos trágicos na vida dessa personagem e suas consequências. O que Balzac quiz foi pintar com quadro de palavras o quanto a vida de uma mulher de trinta anos poderia ser interessante. Entretanto, a vida da personagem é o retrato da vida Francesa da época. O estilo de Balzac ao descrever cenários, personagens, ações - particularmente me encanta muito. Este é um daqueles livros de leitura rápida, porém, de tal encantamento e beleza, que torna-se impossível ao leitor devora-lo rapidamente.
Uma leitura indispensável.
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